domingo, 24 de março de 2013

Forking Amazing



Hoje fomos até à cozinha conhecer melhor o projecto Forking Amazing, da Patrícia Vilela, uma "professora de português, num país onde não precisam de mais professores". Este projecto, com o mote "small kitchen - great food", vem mostrar-nos que não é preciso ter uma cozinha ao estilo Martha Stewart - enorme, estéril, cheia de apetrechos e coisinhas bonitas - para fazermos boa comida; acima de tudo é preciso cozinhar com o coração, com muito carinho e atenção e gostar daquilo que se faz. O resultado salta à vista em todas as fotos e vídeos Forking Amazing que podemos ver. Juramos que quase lhes conseguimos sentir o gosto e o cheiro, de tão bonitos e honestos que são. Fizemos algumas perguntas à Patrícia, perceber melhor de onde vem e para onde vai este seu projecto.




O que é e como nasceu o projecto Forking Amazing?
O projecto nasceu quando vi reduzidas as minhas horas de trabalho; quando me sentei, olhei à nossa volta e a única saída (emigrar) era a que menos me interessava, pensei no que poderia fazer que me desse tanto prazer quanto ensinar. Todos os caminhos foram dar à cozinha. Forking Amazing nasceu: um projecto que reflecte a minha maneira de esta, o meu amor pelos tachos, panelas e afins! Desenhada a ideia, escolhemos o nome e o Pedro (meu marido e designer de mão cheia!) começou a concretizar tudo! O logótipo, o site, os cartazes, vouchers, os filmes,...tudo!





Que serviços/produtos disponibilizam?
Temos alguns produtos à venda na nossa Mercearia, como bolachas, biscoitos, licores ou compotas, entre outros, muitos deles, sazonais. Para além disso, elaboramos ementas à medida de cada evento, seja um lanche, jantar, ou algo maior. Vamos cozinhar a casa das pessoas e temos os nossos FORKshops todos os fins-de-semana, no Porto, ou onde nos quiserem. Costumo dizer que tudo é possível.





Qual o futuro que planeias para o projecto?
O futuro é hoje e agora. Temos vários projectos por concretizar e alguns deles estão quase, quase aí... Experimentar novos sabores, oferecer novos produtos, estabelecer parcerias, são alguns deles.





Quem é a Patrícia Vilela?
Ui! Pergunta complicada...Nasci no Porto e é cá que quero ficar. Decidi estudar Literatura Portuguesa, porque de tudo o que gostava de fazer, esta era a área onde me imaginava a trabalhar para sempre. Mas como há tantos outros amores em nós, deixei que este amor pela cozinha se materializasse. Não esqueci a literatura: trago-a sempre comigo e uso-a quando o coração pede, sempre que actualizo o site, escolho o nome dos produtos ou crio uma receita. Acima de tudo, quero continuar a trabalhar em projectos que me fazem feliz.





E fica assim apresentado um projecto Forking Amazing. Para saberem mais, encomendar ou agendar um FORKshop, visitem o site e aproveitem para gostar da página do Facebook.
Terminamos com um dos vídeos que tão bem ajuda a ilustrar o espírito Forking Amazing:



Todas as imagens deste artigo: Forking Amazing e Sofia Miranda.



quarta-feira, 13 de março de 2013

Queima do Judas - um documentário de João Pedro Azul


Já vos dissemos que gostamos de tradições? E de documentários? Bom, se nos derem um documentário sobre tradições, estamos no céu! Ora é isso que o João Pedro Azul nos propõe - um documentário multimédia, interactivo e de livre acesso sobre a Queima do Judas, em Vila do Conde. Convidámos o nosso amigo Azul para vir até cá a casa falar-nos um pouco sobre este seu trabalho.


Qual a história da Queima do Judas?
Queimar o Judas é uma tradição apropriada pelo cristianismo como forma de exorcismo de algo ou alguém que simboliza o mal. Há em Portugal um conjunto de outras tradições cuja origem é semelhante: Enterro do Bacalhau ou a Serração da Velha. Festas populares e pagãs, por altura do solstício de Inverno, que celebram a chegada da primavera e da vida que renasce com ela. As colheitas que começam a dar os primeiros frutos. Tratam-se de heranças de rituais primitivos onde com a morte se esperava ver a natureza ou os deuses retribuírem com sinais de prosperidade. A Queima do Judas tem essa mesma natureza. Através do Judas, o povo expia alguns dos seus demónios.

Que importância socioeconómica crês ter esta tradição?
Numa altura em que os espectáculos comunitários estão muito em voga, acho fundamental investir em projectos que asseguram a sua continuidade pela força natural da sua existência, da sua própria memória. 
A sociedade pós-moderna centrou-se no individuo, criou-lhe a ilusão de que sozinho ele era mais forte. O espaço público morreu. O verdadeiro, não o encenado pelos mass-media. 

Como é a Queima do Judas no séc. XXI?
Desde a primeira edição da Queima do Judas de Vila do Conde, que a sua direcção nunca pretendeu reproduzir uma tradição. Uma tradição com dois momentos chave: a leitura do testamento do dito, onde, com ironia e sarcasmo, se expunham alguns males da respectiva comunidade; e a queima do boneco, propriamente dita. 
Procurou-se reinventar o formato, mantendo esses dois pontos, mas surgiu a dança contemporânea a par do foclore; surgiu o circo e o teatro de rua; na música cruzou-se fado e hip hop; fez-se fotografia e vídeo. 
Desta forma, a identificação social foi generalizada. Quer na participação quer na audiência, as barreiras etárias foram derrubadas. E sobretudo, a comunidade partilhou o mesmo espaço e tempo. A Queima do Judas em Vila do Conde tornou-se uma festa ao nível do S. João.

De que consta o teu projecto?
Este projecto de um documentário multimédia, para visualização online, sobre a Queima do Judas, em primeiro lugar, é o meu projecto final do Mestrado Multimédia, e depois, dada a minha relação próxima com o evento, pois desde a sua direcção artística até à simples participação como actor, sempre me mantive uma relação estreita com o evento e com os seus participantes, esta seria uma excelente forma de dar visibilidade ao acontecimento que se circunscreve a uma apresentação única e em Vila do Conde.
Assim, desde a sua concepção até ao espectáculo, foram filmadas reuniões, ensaios, foram feitas entrevistas, registos audio e fotográficos. Um manancial de informação que no seu conjunto traça uma excelente visão daquilo que é a Queima do Judas de Vila do Conde,

Sabemos que és natural de Vila do Conde. Além dessa ligação, o que te levou a fazer este trabalho?
A opção de filmar a concepção deste evento e permitir que este conteúdo seja de acesso livre, tem como intenção, não só promover A Queima do Judas de Vila do Conde, mas sobretudo, revelar este encontro entre diferentes gerações através da arte e da cultura. A informação será complementada com leituras recolhidas sobre este tipo de manifestação.

Acreditas, como nos transmite o Tiago Pereira, que é importante uma "alfabetização da memória"?
A memória é algo precioso. Não falo só da memória colectiva mas também da individual. A perda individual da mesma é algo que atinge quase todos. Mas a memória colectiva é algo bem mais duradouro. E, no meu entender, importa não só lembrar, como criar novas memórias. Desta forma, a Queima do Judas é um exemplo claro e inequívoco disso mesmo. Acredito que esta tradição se reinventou para a comunidade de Vila do Conde. Soube adaptar-se a um presente fugaz mantendo as suas raízes mais profundas. Principalmente, derrubou barreiras socioculturais, trazendo a arte para a rua. Neste sentido, a memória mais do que ser alfabetizada, precisa de ser alimentada, como o organismo vivo que é.

Quem é o João Pedro Azul?
O João Pedro Azul é um sonhador. Formado em Teatro. Professor de Expressão Dramática. Pós-Graduado em Gestão Cultural. Mestrando em Multimédia. Actor e Palhaço. Pai de 2 moças. Filho de um antiquário. Nasceu em Vila do Conde, onde ainda vive. Quer ser poeta como o da terra. Dirigiu grupos amadores de teatro. Escreveu peças. Ama o cinema e a música. E arte em geral. E a beleza das coisas.


Acreditamos que depois de ler as respostas do João Pedro Azul é fácil perceber a importância da concretização deste projecto. Ele está agora nas fases finais de produção e, para isso, precisa de ajuda. Como tal, foi criada uma página na plataforma Massivemov dedicada à recolha de fundos para a finalização deste trabalho. Nós já lá fomos dar uma ajuda, porque achamos que vale mesmo a pena.
Para terminar, deixamos o teaser do documentário, com música composta pelo Vítor Rua especialmente para a ocasião, e a promessa de que voltaremos a convidar o João Pedro Azul para vir cá a casa mostrar-nos o documentário, quando estiver terminado.



segunda-feira, 11 de março de 2013

Limetree


"A “caixinha de recordações” digital que está a conquistar cada vez mais pais em vários pontos do Mundo é portuguesa, é jovem e tem como missão ajudar os pais na tarefa de guardar e preservar as recordações do dia-a-dia e do crescimentos dos seus filhos."

Começa assim a nota de imprensa que nos faz a apresentação do conceito Limetree
Limetree é mais do que uma simples aplicação ou uma plataforma de partilha de multimédia online. É uma solução pensada por pais e para pais, com especial preocupação na preservação dos momentos importantes da família. Porque, afinal, são estes momentos e as suas recordações que constituem a fibra do que somos. E quando se tem um filho, a importância da preservação dessas memórias aumenta substancialmente.
Por isso, a preocupação da Limetree é ser "um lugar onde pode guardar momentos da vida dos seus filhos para lhes entregar um dia mais tarde". Como funciona? Primeiro efectuamos a inscrição no site, escolhendo um dos três planos disponíveis - grátis, Family ou Premium. Depois é só começarmos a construir a nossa história, através de fotos, vídeos, textos, registando todos os momentos importantes.



Para ajudar nesta missão, a Limetree desenvolveu uma app para iPhone, que nos permite registar os momentos importantes quando eles acontecem. É gratuita e pode ser descarregada na App Store.

Está bom de ver porque quisemos trazer a Limetree cá a casa. É uma ideia original, portuguesa, actual e acima de tudo, sem pretensões de ser ou parecer o que não é, o que nos parece ser de extrema importância numa solução destas - que a complexidade da tecnologia não se intrometa na concretização do seu verdadeiro propósito.


Todas as imagens deste artigo: Limetree


sexta-feira, 8 de março de 2013

Márcia

Fotografia: Ricardo Magalhães via Márcia

Já tínhamos destinado a Márcia como uma das convidadas desta casa logo desde o início. Ora nada melhor que o dia da mulher e o dia em que a Márcia presenteia os fãs com o primeiro single do seu novo álbum "Casulo" - "Deixa-me ir" para a termos por cá.
A Márcia é um doce. Um doce com ar de menina frágil, que assim que vemos em palco com a guitarra na mão pensamos que se vai quebrar. Até que a ouvimos. E aí mantém-se toda a doçura, mas acompanhada de uma força e de uma dimensão extraordinárias, capazes de iluminar a maior das audiências. Até o jingle da Olá fica mais bonito pela sua voz! E que dizer das suas letras? Só mesmo ela para conseguir falar-nos de tudo o que a vida tem, de bom e mau, sempre de forma doce e terna, uma ternura que simultaneamente nos aperta o coração e nos faz sentir maiores. Tudo isto pode ser escrito e reescrito sobre a Márcia, mas para entendê-lo, nada melhor do que ouvi-la.
O seu primeiro EP continua disponível no site Optimus Discos e o primeiro álbum "" é a prova de que o caminho ainda agora começou. Aconselhamo-vos vivamente a acrescentá-lo à vossa colecção, mas se acham que precisam de incentivo ouçam os singles "A pele que há em mim", "Pra quem quer", "Cabra cega" e "Misturas", todos do álbum "", ou ainda a reinterpretação de "A pele que há em mim" feita em conjunto com JP Simões, tudo disponível no seu canal oficial do YouTube.
Para saberem mais sobre a Márcia e estarem a par de todas as novidades, sigam-na no Facebook. Terminamos com uma amostra do que ela é capaz: